terça-feira, 6 de novembro de 2007

TRABALHO DE FÔLEGO!


Coluna Cesar Valente ; 6/11/2007

Só ontem consegui terminar de ler o relatório final do inquérito policial 689/2006 – SR/DPF/SC, instaurado em 25/07/2006, com protocolo na Justiça Federal n.º2006.72.00.008647-0 (primeira página tá na fotinha ao lado. É só clicar que se abre uma ampliação).

A principal impressão que me ficou foi que se trata de um trabalho difícil e bem feito.

Todo ano me atrapalho quando tenho que recolher documentos para fazer a declaração de imposto de renda, achar recibos, carnês, extratos e juntar tudo de tal maneira que faça algum sentido. E isto que só tenho que procurar na minha casa, nas gavetas onde normalmente são colocadas essas coisas.

Agora, imagina entrar numa casa desconhecida ou num escritório, recolher material e depois decifrar aquilo tudo. E aí juntar com as escutas telefônicas feitas antes e com os depoimentos colhidos depois. Não só para entender o que está acontecendo, mas principalmente para dar, ao judiciário, elementos concretos em cima dos quais tomar decisões importantes.

Foi isso que as equipes da Polícia Federal, sob a liderança da delegada Júlia Vergara, fizeram e apresentam nesse relatório final. Dos indícios iniciais, conseguiram autorização para fazer escuta telefônica de alguns personagens-chave, como o então vereador e líder do governo, Juarez Silveira, de seu cunhado e secretário de Urbanismo e Serviços Públicos, Renato Joceli de Souza.

Daí, foram mergulhando no cipoal apodrecido em que se transformou a prefeitura de Florianópolis, com a ativa participação de vereadores e de empresários, especialmente do ramo imobiliário.

As barbaridades gravadas nas escutas justificaram as ações de prisão e busca e apreensão, que até hoje enchem de horror as almas puras e sacrossantas de tantas autoridades, que certamente ignoravam o que se passava sob seus narizes.

E a partir dos depoimentos colhidos e do exame dos documentos apreendidos, a Polícia Federal preparou as 743 páginas do relatório final, que encaminhou à Justiça, na companhia de uma montoeira de caixas com os documentos aos quais se faz referência no relatório.

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